Mina me sabia tão afoito com suas maravilhas, ela podia muito me armadilhar, ela podia muito esticar o pézinho e me deixar gordo e escravo
mas Mina me ignorava, eu lembro
grupos de pessoas, carnes de minha carne, vozes de minha voz, cruzavam a rua; eles eram belos e nem sabiam, se sentiam tão importantes, suas ferocidades, seus afagos,
eu os via os de braços que levantariam mundos, se lhes quisessem, se decidissem assim
eu invejava a força que poderia sair dali, eu bem sabia
eu queria gritar-lhes nas orelhas sim! sim! eles tão rijos e mudos, só sabiam trocar as pernas por aí e gastar-se suas cores tão lindinhas que eu sabia poderiam desenhar-me tudo que sempre quisera, mas eles só faziam fingi-lo, tão preocupados com suas vidinhas
miguel nem era destes, ele só era vazio, era dos mais relegados aos cantos